quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Poemeto para o primo apaixonado

Foi do olhar amigo
Ao segredo confesso
Da conversa ao pé do ouvido
Ao beijo que lhe peço 
Sabe, não brigue comigo
Mas a oração que todo dia rezo
Repete sempre a mesma coisa:
Desse presente que a vida me deu
Embalado assim, tão lindamente
Que da minha mente nunca sai
Que fique ainda mais bonito
Pois é justo a sós que sempre digo:
Que se façam laços, 
Mas mais do que laços
Se faça(m)
Nós.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Alerta

É uma reta certa
Entre o espaço e o tempo
Entre o eixo e o descompasso

E cada passo infalso
Que dou (eu não lembro!)
Sinto meus olhos cegos
E meus pés descalços

No chão frio, na noite amena
Alguém me acena de longe
E a porta está aberta

Não sei se pagão ou se monge
Se me entumeço ou me desfaço
Só sei que me sinto pequena
Se não é sonho devo estar alerta.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Recifiana"

A claridade da manhã
invadiu meus olhos
sem pedir autorização.
A noite foi quente
o sono foi pouco
meus pensamentos,
quimera.
Virei-me de lado
e lutei para esvaziar a mente.
Senti dormentes os meus dedos
e meus cabelos molhados
de suor - ou de espera.
Sentei-me e li um livro
respirei fundo
e solucei um pouco.
Eu, a mais sã do mundo
a mais solta a mais livre
com esse sentir tão louco!
Caminhei por toda a casa
num bailar atordoado
com meus passos instáveis
e meu pesar profundo -
ser moribunda era meu ópio.
Tive foi medo
de erguer-me.
Logo eu, que já estava de pé.
Mas ter os pés no chão
é a antítese do equilíbrio.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Não nego que tenho medo
Pois o tenho
Mas ele não me tira a coragem;
Só faz da jornada uma maior aventura.
Não nego que exista um Deus
Tenho fé nas coisas boas
Na esperança de que tudo passa
E de que o que fica, aprenderei a conviver.
Eu aceito oportunidades
Algumas são ruins
Outras valem o esforço;
Acredito na tentativa e no erro.
Não sonego impostos
Assumo minhas responsabilidades
Me empenho em minhas obrigações
Faço a minha parte.
Eu só nego a morte.

A véspera

O que vestir quando se prepara
para despedir-se de alguém,
quando não se sabe se ele
lhe verá ou ouvirá,
se se lembrará de você?
O que vestir quando roupas não importam
mas você se sente na necessidade
de fazê-lo bem, como num ritual,
como se você fosse subir num palco
onde você será o único
espectador de si mesmo?

Vestirei minha face serena
com minhas mais doces palavras
e calçarei os pesados sapatos
que levam os passos dos que se vão
e não voltarão mais.

domingo, 26 de junho de 2011

Self-esteem

The evening sun gently kissed my cheeks
as he was driving me along the shore.
The light was streaming through the windshield
and I kept my arms carelessly open
Leaving my hand hanging outside the car.
I felt I could scoop the wind with those bear hands
but the warm breeze just swung my hair.
Behind my brown-coloured lens
I could see a vanilla and pink sunset as
I heard the radio playing “Wish You here”.
Still there was nothing else I could wish for.
I do believe on the impossible, I thought
yes, I am the unpredictable
and at this point I was simply sure
I’m to blame for the ocean motion
for all promises ever made and ever broken
and even for the words left unspoken.
I was the very reason of joy
The true meaning of existence
The rode, the rise and the fall

I was barely on the ground
maybe closer to the edge of the world.
I was in love.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Dying is like to reach the edge of the world.
You get a glimpse of the horizon and only imagine what rests beyond.
Would it be an endless abysm, the true emptiness, or just a restless doubt?

Suddenly someone realizes the roundness of the world.
Starts seeing earth as a continuous path that leads to nowhere and everywhere at the same time.
Would we ever find out that death is also just a road we must all walk through?