segunda-feira, 27 de outubro de 2008

O justo tanto da sina (ou Quando os sinos tocam)

Há um quê
de cereja e mentira
em toda verdade
Há um quê
de suspiro e salitre
em toda menina
Há querer
e afastar escondidos
em toda saudade
Há um tanto
de incerteza e fascínio
em toda Marina.

E há muito de
promessa e mudança
em toda segunda.
Mas tempo, não há.
Já é terça.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Soneto de depois de amanhã

Na epigrafia de seus ombros
desenhei meu rastro
Vi a lua ir de encontro ao chão
e a noite virar dia.

Nos traços de sua caligrafia
desenhei meu nome
Mas vi que era um escrito vão
e meu sofrer perdeu o lastro.

Sem satélites, quero astros!
Quero analisar dor e tempo
de consciência sã.

E é só assim que me atento:
não há semelhança alguma
entre ontem, hoje e amanhã.