terça-feira, 21 de agosto de 2012

Alerta

É uma reta certa
Entre o espaço e o tempo
Entre o eixo e o descompasso

E cada passo infalso
Que dou (eu não lembro!)
Sinto meus olhos cegos
E meus pés descalços

No chão frio, na noite amena
Alguém me acena de longe
E a porta está aberta

Não sei se pagão ou se monge
Se me entumeço ou me desfaço
Só sei que me sinto pequena
Se não é sonho devo estar alerta.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

"Recifiana"

A claridade da manhã
invadiu meus olhos
sem pedir autorização.
A noite foi quente
o sono foi pouco
meus pensamentos,
quimera.
Virei-me de lado
e lutei para esvaziar a mente.
Senti dormentes os meus dedos
e meus cabelos molhados
de suor - ou de espera.
Sentei-me e li um livro
respirei fundo
e solucei um pouco.
Eu, a mais sã do mundo
a mais solta a mais livre
com esse sentir tão louco!
Caminhei por toda a casa
num bailar atordoado
com meus passos instáveis
e meu pesar profundo -
ser moribunda era meu ópio.
Tive foi medo
de erguer-me.
Logo eu, que já estava de pé.
Mas ter os pés no chão
é a antítese do equilíbrio.