quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A última amante

Queria a imprescindibilidade
A imprevisibilidade
A imprescritibilidade.
Queria você só para mim.

Queria que o passado fosse lembrança
Não fantasma
E que tudo o que aconteceu
ficasse de fato para trás.
Queria que das memórias
restassem apenas lampejos
E não nostalgia.
Queria fazer do meu beijo
O seu instante de alegria
Ou o nosso
Ou de toda a vida
– é preciso mitigar a história.

Não quero fazer de mim
a sombra do amor primeiro
Ou do maior amor
Ou do amor total.
Quero ser o amor fatal
E derradeiro
O desabafo do calado
O suspiro do moribundo.

Só me serve ser o último
E melhor amor do mundo.