sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Estrelas

Viverei e morrerei esta vida sozinha
Talvez seja esta a sina da bailarina
Da poetisa
Ou de ambas
Ou duma só.
A bailarina já não dança
A poetisa já não rima
Já não é do mar que vem Marina.
Ela vem do altoaltoaltoalto
Quase tão alto quanto o último andar.
Mas com os pés no chão
E do tamanho do parapeito da janela.
E do alto já não se ouve cachorros latindo
Os alarmes disparando
Se ouve só o silêncio da noite.
O silêncio.
Só.
Só a menina.
Pelo menos as luzes –
Que vêm mais de cima –
Ainda entram no quarto para me fazer companhia.

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